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Patologias Relevantes

Transtorno Obsessivo Compulsivo

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O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é caracterizado pela presença de obsessões ou compulsões que causam um mal-estar intenso, consomem muito tempo (mais de uma hora por dia, pelo menos) e interferem na vida cotidiana da pessoa, em diversos aspectos, como no trabalho, nas atividades sociais e no convívio familiar.


As obsessões são idéias, imagens ou impulsos que “entram na mente” do indivíduo repetitivamente de forma involuntária, gerando ansiedade e mal-estar.

Estes pensamentos são angustiantes e podem envolver diversos temas, como violência, presságios catastróficos, obscenidades, contaminação, necessidade de ordem e simetria. Estes pensamentos freqüentemente são reconhecidos pelos pacientes como sendo próprios, embora sejam involuntários e, muitas vezes, repugnantes. Os pacientes geralmente tentam resistir a estes pensamentos, sem sucesso na maior parte das vezes.

Abaixo, alguns exemplos de obsessões:

• Medo exagerado de contaminar-se com microorganismos ou doenças ao tocar objetos do dia-a-dia;

• Pensamentos recorrentes de que pessoas próximas estejam correndo risco de vida;

• Pensamentos “proibidos” envolvendo sexo ou religião;

• Medo de perder o controle ou de agredir outras pessoas sem justificativa;

• Dúvidas repetitivas sobre atividades corriqueiras, como desligar lâmpadas, trancar portas ou desligar o fogão.

As compulsões podem ser rituais repetitivos ou atos mentais (contar, rezar e outros) que habitualmente diminuem o mal-estar gerado pelos pensamentos obsessivos. Estes hábitos não são agradáveis, nem resultam na execução de tarefas úteis.

Alguns exemplos de compulsões:

• Lavar excessivamente as mãos para diminuir temor de contaminação;

• Benzer-se repetidamente ou rezar contra “pensamentos proibidos”;

• Verificar repetidamente se a porta está trancada, se as luzes estão apagadas ou se o fogão está desligado;

• Ter que realizar certos atos, para evitar o acontecimento de desgraças.


Há algumas décadas, o TOC era considerado um transtorno raro. Com o avanço das pesquisas na área, houve um aumento na freqüência de seu diagnóstico e, atualmente, acredita-se que ocorra em 1 a 3% da população.

Pesquisas sugerem que a doença está relacionada a problemas de comunicação entre a parte frontal do cérebro e estruturas mais profundas. Estas estruturas utilizam o mensageiro químico serotonina. Considera-se que no TOC este mensageiro encontra-se em níveis diminuídos.


O TOC pode iniciar-se em qualquer momento desde a idade pré-escolar até a idade adulta. No entanto, estudos recentes mostram que 80% dos adultos com TOC identificam o início dos sintomas antes dos 18 anos.

Os pacientes com TOC podem ser muito reservados em relação aos seus sintomas, podem guardá-los em segredo, ou ter dificuldades em reconhecê-los como tal. Por isto, demoram em média 7,5 anos antes de procurar ajuda psiquiátrica. Mesmo quando isto acontece, freqüentemente não se identifica o TOC, seja pela presença de outros sintomas ou de comorbidades que se desenvolvem ao longo da evolução da doença. Em média, os pacientes com TOC visitam 3 a 4 médicos e passam anos buscando tratamento antes de receber um diagnóstico correto e o tratamento adequado.

A intensidade dos sintomas do TOC tende a variar com o tempo. Algumas pessoas podem apresentar períodos com sintomas bem evidentes e outros períodos sem sintomas. Alguns apresentam sintomas constantemente, porém em graus variáveis. Outros apresentam um nível estável de sintomas por toda a vida.


O primeiro passo no tratamento do TOC é conscientizar o paciente e sua família sobre a doença e seu tratamento.

Durante os últimos anos desenvolveram-se dois tratamentos eficazes para o TOC: a terapia cognitivo-comportamental e o tratamento com medicamentos. Qualquer tratamento consta de duas fases: a primeira, de tratamento agudo, destina-se a abreviar o episódio atual de TOC, e a segunda, de manutenção, com objetivo de evitar recaídas. A maioria dos especialistas recomenda consultas de seguimento freqüentes nos primeiros meses do tratamento e a manutenção do tratamento por um prazo variável antes de tentar suspender a medicação.


Este artigo foi elaborado por Sergio Stella e adaptado por Antonio Leandro Nascimento.Solicitamos que, em caso de publicação do texto, seja observado os créditos para evitar futuros transtornos.

Fonte: Associação Brasileira de Psiquiatria - Comunidade